16/04/2010 - 07h34 folhaonline
Mortos em terremoto na China chegam a 791; busca por sobreviventes continua
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da Reportagem Local
Um novo balanço das autoridades chinesas eleva para 791 o número de mortos na série de terremotos que atingiu a Província de Qinghai na terça-feira (13). Três dias depois, a ajuda de emergência começa a chegar à região devastada, que recebeu a visita do primeiro-ministro, Wen Jiabao, e as equipes prosseguem a busca por sobreviventes.
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Segundo Xia Xueping, porta-voz dos serviços de emergência, citado pela agência de notícias oficial Xinhua, 294 pessoas continuam desaparecidas. Os tremores, o mais forte de magnitude 6,9, deixou ainda 11.486 feridos, incluindo 1.176 em estado grave.
Gan Min/Efe
Equipes de resgate buscam possíveis sobreviventes entre as ruínas de prédio em Jiegu
Equipes de resgate buscam possíveis sobreviventes entre as ruínas de prédio em Jiegu
O número oficial, contudo, deve aumentar. Gerlai Tenzing, monge do Monastério de Jiegu, estimou em cerca de mil os corpos retirados nas proximidades. Ele disse que uma contagem precisa é difícil porque os corpos continuam chegando e alguns já foram levados pelos familiares.
Os monges tibetanos rezam pelas vítimas em um necrotério improvisado ao lado do monastério.
Os veículos com ajuda humanitária começaram a chegar à destruída cidade de Jiegu, perto do epicentro do terremoto que assolou uma área de difícil acesso da Província de Qinghai, no planalto tibetano.
Milhares de sobreviventes passaram a segunda noite ao relento, com temperaturas que chegam a cinco graus negativos, com fome e o odor dos corpos em decomposição.
Wen chegou na noite de quinta-feira a Jiegu. A cidade de 100 mil habitantes teve 85% dos edifícios, feitos na maioria de barro e pedras, destruídos.
As equipes de resgate correm contra o tempo na esperança de encontrar as pessoas desaparecidas e que estariam sob os escombros em Jiegu e no Condado de Yushu. O prazo de 72 horas, considerado o limite de sobrevivência de quem fica preso sob escombros, se aproxima rapidamente.
Milhares de equipes de resgate, soldados, policiais, bombeiros e médicos foram mobilizados em todo o país para ajudar no resgate --dificultado pela altitude, o tempo frio, os ventos fortes e as frequentes réplicas (tremores secundários).
Alexander F. Yuan/AP
Mulher recolhe madeira em meio aos destroços do que eram casas na localidade de Jiegu, na China
Mulher recolhe madeira em meio aos destroços do que eram casas na localidade de Jiegu, na China
Na manhã desta sexta-feira (noite de quinta-feira em Brasília), cerca de 500 moradores foram transportados para a capital provincial Xining, para Chengdu, na vizinha Província de Sichuan, e para Lanzhou, na Província de Gansu, disse Xia.
"Nós estamos trabalhando para restaurar e reconstruir a infraestrutura nas áreas atingidas pelo terremoto e providenciar o que é necessário para manter as pessoas vivas", disse.
Tremores
O primeiro terremoto, de magnitude 5, atingiu a região de Qinghai às 18h40 desta terça-feira, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitora a atividade sísmica mundial. O tremor teve profundidade de 18,9 km e epicentro a 230 km de Qamdo, na região do Tibete.
Arte/Folha
Desde então, outros seis tremores de grande magnitude atingiram o mesmo local. O mais forte deles foi registrado com magnitude 6,9 e atingiu a mesma região às 20h49, também segundo o USGS. O instituto afirma que o tremor foi registrado a uma profundidade de apenas 10 km e epicentro a 240 km de Qamdo.
A agência de notícias Xinhua cita funcionários do Centro de Terremotos da China dizendo que mais terremotos de magnitude maior do que 6 são esperados nos próximos dias.
Qinghai é habitada principalmente por tibetanos, mongóis, hui (muçulmanos) e chineses da etnia majoritária han.
Esta foi uma das zonas afetadas pelo terremoto que, em maio de 2008, atingiu o norte da vizinha Província de Sichuan, deixando cerca de 87 mil mortos e desaparecidos. Entre as vítimas estavam milhares de estudantes de escolas primárias.
Cinco milhões de pessoas perderam suas casas no tremor e as autoridades estimaram que o trabalho de reconstrução levaria três anos.
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