Meio-ambiente: uma questão de "σοφία"
"Estudo dos problemas fundamentais relacionados:
à existência:
à verdade
valores morais
valores estéticos
relacionados com a mente
relacionados com a linguagem". ( Wikipédia, a enciclopédia livre)
É desafiadora, e extremamente intrigante, a questão ambiental: mudanças climáticas e geológicas, e a necessidade urgente da preservação do meio-ambiente.
Os fatos que comprovam as radicais mudanças climáticas, em todas as regiões do Planeta Terra, e de significativos desastres ambientais que não permitem dúvidas, pois contra os fatos, não há argumentos.
Então surge uma questão crucial: por quê a maioria das pessoas continuam indiferentes ou céticas em relação ao assunto mais importante para o nosso futuro, da nossa, e de todas as demais espécies?
Por quê, tanto ceticismo?
Por quê, tanta indiferença?
Por quê, tanto desperdício de precioso tempo para agir em tempo hábil, e evitar mais desastres ambientais?
A resposta está na definição da palavra "σοφία", no original do idioma grego.
"σοφία" quer dizer "sabedoria" em relação à existência individual e coletiva.
Graus diferenciados de "sabedoria", que determinam as "filosofias de vida", individuais e coletivas.
Para entender a indiferença e o ceticismo em relação às questões do futuro do meio-ambiente, basta analisar nossa "sabedoria em relação ao trânsito de veículos nas grandes cidades.
Qual tem sido o nosso grau de "sabedoria" para lidar com as guerras, com as drogas entorpecentes, com o terrorismo, com a corrupção dos governantes, com as economias arruinadas, com a violência urbana, com o crescimento desornado das grandes cidades urbanas, com o aumento populacional, com o progresso e as tecnologias não sustentáveis?
Qual é o grau de "sabedoria" da nossa espécie para investigar e entender as nossas origens cósmicas?
Qual tem sido a nossa "sabedoria" para investigar nossas origens e a formação geológica do nosso Planeta Terra, antropológica, genética, arqueológica, e astronômica?
Qual foi o nosso grau de "sabedoria", quando fomos confrontados com os descobrimentos e as conquistas do conhecimento humano, nas mais diferentes áreas da pesquisa científica? Basta ler os relatos da Idade Média.
Cada nova descoberta era descartada friamente, ou respondida com a "Santa Inquisição".
Cientistas independentes e Livres-pensadores sempre foram demonizados, em toda a história da humanidade.
São milhares de exemplos: Galileu e suas descobertas, o Darwinismo, Isaac Newton, Sócrates, Copérnico, John Dalton, Albert Einstein, Aristóteles, enfim, a lista é interminável, em todas as áreas dos avanços do conhecimento humano, confrontados com seus contemporâneos.
Enfim, através da "σοφία" dos gregos, vislumbramos a resposta para tanta indiferença, e ceticismo: é uma questão de "sabedoria", ou de filosofia de vida, coletiva ou individual.
O mesmo grau de "σοφία" que sempre usamos para ingerir bebidas alcoólicas, para dirigir o carro no trânsito urbano, para o casamento, para lidar com os vizinhos, com os diferentes religiosos, sociais, étnicos, culturais, estamos aplicando para lidar com as novas descobertas da Ciência, e confrontamento ideológico diante das novas realidades ambientais e climáticas.
"σοφία" à existência: destruindo a possibilidade de qualidade de vida às futuras gerações...
"σοφία" à verdade: Renunciamos às evidências irrefutáveis e à confrontação com os fatos reais...
"σοφία" aos valores morais: Prevalece os valores econômicos, individuais e imediatistas...
"σοφία" aos valores estéticos: Substituídos pelos valores mercantilistas. Nenhuma "σοφία" na redefinição de novos valores, esquecidos, desprezados, ridicularizados, a saber: florestas, água limpa, animais, preservação da Mãe Natureza, meio-ambiente, ecossistemas, biodiversidades....
"σοφία" relacionados com a mente: Contaminada e diluída num copo de veneno existencial mortal, que compromete qualquer possibilidade de vida psicológica-sadia, digna e sustentável, às futuras gerações...
"σοφία" relacionados com a linguagem". Corrompida e esfacelada pelo "marketing" comercial, imediatista, capitalista selvagem, consumista, descartável, mau-gosto, futilidades, imbecilidades, modismos, que destrói as últimas reservas naturais do Planeta Terra, em busca do lucro, da vantagem, do domínio à qualquer preço.
Acreditar ou duvidar, aceitar ou rejeitar, agir ou ficar inerte, diante da nova realidade climática e geológica, que compromete o futuro do meio-ambiente global, é uma questão de "σοφία" .
RUI SANTOS DE SOUZA
Brasil, Curitiba, 01 de julho de 2011 - 19h:08
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