O "Ano Novo, de 2012, que nasce envelhecido, doente, desgastado, empobrecido, pela ação de uma "Espécie Insana".
Novos perfumes; antigos odores.
Novos infernos, para antigos pecados.
Luz de Neon nas vitrinas; campos de batalhas formam rios de sangue.
Decoração de Natal; trânsito urbano assassino.
Novas músicas, em alto volume, para abafar o ruído da violência urbana.
Novos discursos; velhas práticas corruptas.
Roupas novas; antigas ambições.
Cabelos penteados; consciências anestesiadas.
Carros novos; velhas estradas assassinas.
Bocas cheias; corações vazios.
Brinquedos e brindes: crianças famintas.
Abraços e beijos; salários miseráveis.
Novas promessas; dívidas velhas.
Apertos de mãos; armas engatilhadas.
Previsões otimistas; escravidão econômica.
Novas conquistas tecnológicas; Florestas derrubadas.
Copos e talheres nas mesas; água poluída.
Novos navios; oceanos oxidados.
Aviões supersônicos; atmosfera condenada.
GPS; para mostrar o caminho que leva à morte.
Novas leis: velhos crimes.
Novas igrejas; velhos pecados.
Novas filosofias; desvalorização da vida.
Novos governos; Estados falidos.
Novos gastos; desigualdades sociais.
Novas informações: velha indiferença.
Ar condicionado nas residências; aquecimento global.
Novos remédios; velhas doenças.
Novas economias; velhos desperdícios.
Mesas com fartura de alimentos; miséria esquecida.
Muitas cores; nenhum bom-senso.
Muitos desenhos; fraco conteúdo.
Muitos seguidores: propósitos inconfessáveis.
Muito barulho em lata vazia.
Infeliz "Ano Velho", já nasce envelhecido pela ação nefasta de uma "Espécie Insana".
Muitos brinquedos, nenhuma Ciência.
Muita diversão; poucas ações.
Muitas informações; nenhuma aplicação humanitária.
Falta verdades; muitas mentiras.
Muitos "Eu"; poucos "Nós".
RUI SANTOS DE SOUZA
Brasil, Curitiba, 28 de dezembro de 2011 - 19h:37
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