"Cavalo de Tróia, modernos!"

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O cavalo de Troia foi, segundo narrativas lendárias associadas à conquista da cidade de Troia, localizada na costa oriental do mar Mediterrâneo, no extremo oeste daAnatólia, um imenso cavalo feito de madeira usado pelos gregos para que seu exército pudesse entrar na cidade sem ter de passar pela muralha que a protegia.

A cidade de Troia foi assediada por legiões gregas durante a chamada Guerra de Troia, quando o artefacto de madeira foi deixado junto a suas muralhas. Construído de madeira e oco no seu interior, o cavalo abrigava alguns soldados gregos dentro de seu ventre. Deixado à porta da cidade pelos gregos, os troianos acreditaram que ele seria um presente como sinal de rendição do exército inimigo. Laocoonte, sacerdote de Apolo, o único troiano que protestou contra a idéia de levar o cavalo para dentro das muralhas foi ignorado, sendo assim, o cavalo foi levado para dentro das muralhas pelos troianos.

Durante a noite, os guerreiros deixaram o artefacto e abriram os portões da cidade. O exército grego pôde assim entrar sem esforço em Troia, tomar a cidade, incendiá-la e destruí-la.

O cavalo de Troia teria sido uma invenção de Odisseu (o guerreiro mais sagaz da Ilíada e personagem da Odisseia) e construído por Epeu.

Apesar de ser parte da história da Guerra de Troia, o cavalo de Troia só é descrito com detalhe naEneida, obra da literatura latina que conta a fundação de Roma.

Ao contrário do que aparece no filme de 2004 Troia, Aquiles não estava entre os guerreiros porque já teria morrido. No seu lugar estava seu filho, Neoptólemo.

"Cavalos de Tróia", modernos!

O petróleo extraido do subsolo é um "Cavalo de Tróia", depois de queimado, emite grandes quantidades de CO2 na atmosfera, contaminando o ar que respiramos.

A madeira proveniente das matas nativas, transformada em carvão, que depois de queimado, libera os gases altamente nocivos à todos os ecossistemas e biodiversidades.

A energia nuclear, com a necessidade de usinas, material altamente radioativo, é outro "Cavalo de Tróia", basta citar os dois maiores exemplos de destruição provocados por "Fukushima" e "Chenrnobyl".

O processo de industrialização e de avançada tecnologia moderna é mais um "Cavalo de Tróia", pois o lixo não reciclado, proveniente dos descartes cíclicos, são jogados nos rios, oceanos, lagos e atmosfera, mesmo depois de incinerados.

A pesca e a caça predatória é outro "Cavalo de Tróia", eliminando espécies, destruindo todo o equilíbrio dos ecossistemas.

Jogar todo o lixo nos oceanos é um "Cavalo de Tróia", pois o que aparenta uma solução, transforma-se num flagelo ambiental sem precedentes.

O desordenado aumento populacional global, é outro "Cavalo de Tróia", pois já é impossível providenciar alimentos, água potável, moradias, trabalho, escola, saúde e segurança pública para uma cifra de sete bilhões de seres vivos da mesma espécie.

Os grandes centros urbanos é mais um "Cavalo de Tróia": impermeabilização dos solos urbanos, carência de infra-estrutura sanitária, caós no trânsito, terrorismo urbano, ausência de capacidade de planejamento e atendimento das demandas das necessidades básicas, provocando desordem social e áreas de incontroláveis conflitos.

Produtos químicos e transformações transgênicas aplicadas nos produtos agrícolas é mais um dos inúmeros "Cavalo de Tróia" modernos, pois as consequências são desconhecidas, com possíveis danos à saúde pública.

Toda a moderna dependência tecnológica é mais um "Cavalo de Tróia", pois quando acabar, e já está acabando, a energia necessária para sustentar todo o aparato tecnológico disponível, provavelmente, voltaremos às cavernas, só que não teremos material orgânico disponível para acender fogueiras, e nem frutos nativos para alimentar a nossa fome voraz.

Descartar o lixo, incinerando, ou simplesmente jogando nos oceanos e rios, é um "Cavalo de Tróia", que em seguida destruirá todas as espécies marinhas, e num efeito cascata, eliminará a possibilidade de vida de todas as outras espécies.

O Capitalismo moderno, com sua sede voraz de consumismo anárquico é um "Cavalo de Tróia"...

O terrorismo internacional, protegido por muitas Nações, é um "Cavalo de Tróia"...

O aumento incontrolável do números de carros nas estreitas ruas dos grandes centros urbanos é um "Cavalo de Tróia"...

É necessário escapar do "dualismo-moral", mas não escapamos da necessidade de identificar quem são "Os Gregos", e quem são "Os Troianos?".

No momento que todos os habitantes do Planeta Terra sofrem as graves consequências de significativos desastres ambientais, provocados por mudanças climáticas e geológicas, existem fortes indícios que os "Gregos" são os que defendem um desenvolvimento sem preocupações ambientais, de forma irresponsável, sem sustentabilidade natural.

Os "Troianos" são os que defendem o desenvolvimento industrial, econômico e tecnológico, mas protegendo o meio-ambiente, os ecossistemas, as biodiversidades, mas com planejamento de sustentabilidade natural, sem agressões irreversíveis ao meio-ambiente.

Não aceite "presentes de Gregos".

Você poderá ajudar continuar escrevendo este artigo, postando acréscimos de outros exemplos de "Cavalos de Tróia" modernos.

RUI SANTOS DE SOUZA

Brasil, Curitiba, 25 de junho de 2011 - 13h:40